segunda-feira, 5 de setembro de 2016

PORTAL - GNA - 7761 - A VOZ DE BETÂNIA - PORTUGAL - POSTAGEM ESPIRITUAL - GNA




Igreja Evangélica Betânia






A  VOZ  DE  BETÂNIA - SETEMBRO DE 2016 - NÚMERO 33 -  PORTAL-GNA - GRUPO DE NATUREZA ALIENÍGENA - GNA


1 A Voz de Betânia Setembro de 2016 Ano XXIII – N.º 33 “E todos os que criam estavam juntos, e tinham tudo em comum.” (Actos 2:44) Neste número: - Vida Saudável - “Recados do Pai” - Excertos d’O Grande Evangelho de João - Explicando Textos da Escritura - A Rocha - O Testemunho Actual VIDA SAUDÁVEL A manutenção do nosso corpo físico está dependente do acto de respirar, do exercício físico, de uma habitação para protecção das intempéries e outros, mas principalmente da nossa alimentação. Como qualquer máquina artisticamente construída (designação dada pelo Senhor a respeito do nosso corpo físico), ela traz consigo um manual de instruções previamente definido por Aquele que a idealizou e construiu. A alimentação dada ao nosso corpo físico, como meio de transmitir aos diversos órgãos a energia que permita o seu funcionamento, deve ser a adequada. Nesta reflexão vamos procurar entender como devemos tratar os nossos corpos físicos para depois, por analogia, entender o tratamento da alma e do espírito, embora estes estejam amalgamados no corpo material. Muitas vezes somos confrontados com várias perguntas a respeito do que acontece ao corpo físico, as suas mazelas, a morte de crianças, as deficiências e outras, normalmente culpando o Criador de tudo isso. Mas deixemos que seja o nosso Pai a dar as respostas adequadas, para que entendamos o nosso corpo e a sua finalidade. Eis algumas das perguntas mais comuns: - Porque existem crianças que nascem doentes ou com deficiência? 2 - Porque existem crianças que morrem à nascença ou prematuramente? - Porque somos assolados frequentemente com enfermidades que nos levam ao sofrimento e à morte física? À luz d’O Grande Evangelho de João, passamos a considerar estas perguntas e depois por analogia ao nosso ser espiritual. Respondemos à primeira pergunta, fazendo nossas as palavras que alguém proferiu perante o Senhor, fazendo-Lhe a mesma indagação: “Por que é preciso morrerem tantas crianças na idade mais tenra, e qual o motivo de preceder à morte quase sempre uma moléstia grave que enfraquece e extermina o corpo?” Jesus deu a seguinte resposta: “Não seria preciso e também não o foi na antiguidade; acaso encontraste na Crónica menção de enfermidades perniciosas entre as criaturas devotas a Deus e cumpridoras das Suas leis? Alcançavam idade avançada e a sua morte era apenas um adormecer suave e sem dor. Não havia criança que morresse; pois era gerada por pais sadios, alimentada e criada de acordo com a Natureza simples.” [*] Mediante esta resposta do Senhor, não precisamos de mais explicações. Depreendemos que crianças que nascem com deficiência são fruto de uma concepção fora da Ordem Divina, pois Deus não deseja que as Suas criaturas entrem no mundo com deficiência, antes pelo contrário, sejam portadoras da Sua essência, pois Ele é a perfeição absoluta. Respondendo à segunda pergunta, quanto à morte prematura de crianças, devemos saber que em muitos casos ela é permitida por Deus por bons motivos, como nos diz Jesus: “Existem pessoas que nascem enfermas em virtude das moléstias de pais e avós; as suas almas são geralmente do Alto e só passam por uma encarnação temporária. Além disso, têm elas o seu cuidado garantido no Além e todos os que lhes dedicam amor e paciência serão por elas recebidas com a mesma dedicação em sua morada celeste.” [*] Esta explicação do nosso Pai é por demais agradável e confortadora, pois não conhecíamos este segredo de Deus, só agora revelado, através d’A Nova Revelação Viva. Por revelação do Senhor, sabemos que nas esferas celestiais existem anjos que têm desejo de se tornarem filhos de Deus e como para tal é necessário tomarem um corpo físico na Terra, pedem que Deus lhes permita viver neste nosso minúsculo planeta, o único em todo o Universo Infinito onde é possível a criatura viver e ser moldada para se tornar um filho de Deus. Assim, muitos anjos vêm a este mundo, nascendo e vivendo por um pequeno lapso de tempo entre nós, sendo levados prematuramente pela morte física, para a casa do Pai, já não como anjos, mas sim como Seus filhos. 3 Respondendo à terceira pergunta, sobre as enfermidades: O Senhor sempre transforma as circunstâncias negativas em bênção que redunda em benefício da criatura. A Escritura tem um conselho que é paradoxal, mas que analisado espiritualmente tem grande valor como norma de vida: “Em tudo dai graças; porque esta é a vontade de Deus em Cristo Jesus para convosco.” [1] Ninguém agradece de bom ânimo uma enfermidade, mas conhecendo espiritualmente o seu motivo, concordará com Deus, quando Ele inflige algumas destas provas negativas à nossa vida. Analisemos alguns exemplos: Uma pessoa que ama a Deus, mas ama também a beleza física e a cultiva além da conta - talvez uma deficiência física aplaque a sua vaidade e a torne mais humilde; uma pessoa que ama a Deus, mas também ama o dinheiro e o bem-estar mundano - talvez um revés nos negócios, ou outra dificuldade que reduza o seu património, possa levá-la a deixar de valorizar a riqueza que leva ao orgulho e comece a buscar as coisas espirituais; uma criatura que ama a Deus, mas faz imensos projectos para um longo tempo de vida, e para a sua concretização investe quase todo o seu tempo e recursos - surgindo uma enfermidade que a obrigue a parar, talvez a faça pensar na Eternidade e ponderar que a nossa existência é efémera nesta vida, devendo investir o seu tempo e recursos, buscando as coisas espirituais e deixando a leviandade da matéria que perece. Poderíamos enumerar muitas outras situações, mas estas chegam para considerarmos as circunstâncias negativas da nossa existência como ‘correctoras’, que nos orientam no caminho do Alto, levando-nos a desprezar as coisas do mundo que são passageiras e sem valor, e a buscar as coisas de Cima que são Eternas, como diz a Escritura: “Portanto, se já ressuscitastes com Cristo, buscai as coisas que são de cima, onde Cristo está assentado à dextra de Deus.” [2] Registamos ainda as palavras de Jesus que corroboram o que foi dito: “Vede, de que adiantam ao homem todos os tesouros desta Terra, se em breve terá que os deixar para sempre? Não é muito mais prudente angariar aqueles tesouros com duração eterna, garantindo à alma humana a vida mais feliz, a ponto de ela conseguir já nesta existência a convicção clara de que a vida verdadeira e perfeita apenas começa após a morte física?” [3] Sendo assim esclarecidos pelo Senhor sobre alguns factores controversos e respeito da nossa vida (corpo, alma e espírito), como devemos manter esta ‘máquina’ maravilhosa em bom estado de conservação, para que possa ter uma durabilidade prolongada e cumprir os desígnios do Criador? Dando-lhe bom trato e abastecendo-a com o ‘combustível’ adequado, segundo a indicação do seu Construtor – uma boa alimentação. 4 Convém saber que não somente o nosso corpo físico, mas também a nossa alma e o nosso espírito se nutrem de alimento material, enquanto vivemos à face da Terra. Quando nos alimentamos, estamos em primeiro lugar a nutrir a nossa alma e o nosso espírito, com o mais subtil de cada componente alimentar, sendo que a parte mais grosseira dos ingredientes ingeridos vai servir para nutrir o nosso corpo físico, sendo o supérfluo rejeitado e expelido pelo corpo. Vejamos o que o Senhor nos diz sobre este assunto: “Se um corpo sem alma e muito menos sem espírito (uma pessoa morta fisicamente) não pode tomar alimento, são indiscutivelmente a alma e o seu espírito vital, dentro dela, que se nutrem. Como o corpo nada mais é que um servo da alma e não necessita de alimento para si, são evidentemente a alma e o seu espírito que absorvem o alimento da terra, enquanto habitam no corpo, e o mantém pelos detritos que lhe dão. Pois o corpo se nutre dos detritos da alma.” [4] Sabendo isto, convém seguir algumas regras alimentares sugeridas pelo Senhor: “Quem quiser permanecer com físico e alma perfeitamente sadios tem de ser alimentado desde a infância, moderadamente, com alimentos puros. Vede o Meu exemplo. Sou humano, mas alimento-Me sempre da mesma espécie de comida e vinho, puro e bom, dentro da justa medida. O que ora saboreio diante dos teus olhos, já o fiz como menino, inclusive a maioria dos Meus apóstolos, quase todos pescadores que viviam de peixes. (…) Afirmo-te, se os homens tivessem permanecido nas regras alimentares determinadas por Moisés, nunca os médicos teriam tido lucro. Entretanto, começaram a encher-se quais pagãos, a exemplo dos epicuristas, com centenas de guloseimas, caindo em moléstias de toda a espécie. Peixes de qualidade, que vivem em águas limpas, são o melhor alimento quando preparados como aqui. Em falta desses, pão de trigo e cevada, leite de vaca, cabra e ovelha, são alimentos saudáveis. Entre os cereais, as lentilhas tomam o primeiro lugar, bem como o milho persa preparado em papas. Das carnes se prestam a de certas galinhas, pombos, gado sadio, cabras e carneiros, inteiramente sem sangue, frita (ou assada) ou cozida, sendo a carne frita preferível. O sangue não deve ser ingerido. Eis o alimento mais simples, puro e sadio. Tudo o resto, mormente ingerido em excesso, é nocivo, especialmente não tendo o preparo pelo qual os elementos prejudiciais sejam inteiramente extraídos.” [5] Devemos também incluir o sono na manutenção saudável do nosso físico, pois o descanso desta ‘máquina’ também tem grande importância. No “recado” deste boletim, o Pai a isso faz referência, conforme a citação que segue: “Quando o Sol nasce, os espíritos acordam do seu sono. O sono é um descanso em Mim; é o recuperar das forças e do ânimo que vos reaviva. Em tudo Eu estou presente, e um corpo não teme a relação Comigo e adormece sem resistências e acorda sem cansaço. Um corpo 5 doente tem insónias e dorme aos tropeços, porque a sua relação Comigo não está perfeita. Por isso, Meus filhos, uma segunda regra é a higiene do sono, a rotina do descanso, a entrega ao Meu conforto. Mantenham-se no Meu caminho e os Meus anjos vos embalarão. A noite foi feita para descansar, não para vaguear, passear ou trabalhar. Àqueles que têm de trabalhar de noite, Eu os compenso.” Como esclarecimento complementar, incluímos um conselho que nos dá o Senhor Jesus, sobre o tipo de leito que deveríamos usar para dormirmos. Este tipo de leito, segundo o nosso Pai, além de benéfico, prolongaria o nosso tempo de vida. Nos dias de hoje não será fácil levar à prática este conselho, a não ser que alterássemos os nossos leitos comuns: “Em relação à medicina, afirmo que as criaturas prolongariam a sua existência em um terço, caso usassem espreguiçadeiras como aqui vês, ao invés de leitos. Em posição horizontal, a circulação sofre grande mudança entre o dia e a noite, provocando desde cedo impedimento e alterações no aparelho digestivo. Nesta posição (na espreguiçadeira), tudo permanecerá durante muitos anos no maior equilibro (…) Maior prejuízo do leito horizontal, levam as mulheres grávidas.” [6] Seguindo esta reflexão sobre a manutenção do nosso corpo físico, procuremos uma analogia sobre a manutenção sadia da nossa alma, ligada ao nosso espírito, pois são estes que perdurarão por toda a eternidade, dado que o nosso corpo constituído por matéria tem unicamente a duração da nossa existência terrena. Para vivermos na Eternidade ser-nos-á dado um outro corpo, espiritual, composto de outro tipo de elementos que não a matéria grosseira dessa terra. Como vimos anteriormente, a alma e o espírito nutrem-se do mais sublime e etéreo de cada alimento, seja ele mineral, vegetal ou animal, mas existe um outro alimento, puramente espiritual, que não é ingerido pela boca física, mas sim pelo coração e pela alma. Sobre este alimento, disse Jesus: “Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna; e eu o ressuscitarei no último dia. Porque a minha carne verdadeiramente é comida, e o meu sangue verdadeiramente é bebida. Quem come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim e eu nele.” [7] Entendendo o significado espiritual destas palavras de Jesus - sendo a Sua carne, o Seu Verbo, a Sua Palavra e o Seu sangue, o Poder do Espírito Santo que emana daquela, pela vivência da Sua doutrina, então poderemos dizer que o nosso alimento diário é o próprio Jesus, pois é isso que nos diz a Escritura: “Porque nele vivemos, e nos movemos e existimos.” [8] O Senhor dá-nos algumas regras para que no nosso dia-a-dia possamos estreitar o relacionamento com Ele e dessa forma cumprir o nosso percurso na Terra como filhos de Deus. 6 Vejamos então o que os apóstolos disseram a Jesus, sobre este tipo de alimento espiritual e a resposta que lhes foi dada: “Por ocasião de o povo seguir-Te de todas as regiões de Jerusalém, deste-nos elucidação semelhante do comer de Tua Carne e do beber de Teu Sangue, mas nenhum Te compreendeu, razão porque muitos discípulos Te abandonaram. (…) Digo Eu: Sim. Pois pão e carne são uma coisa só, assim como vinho e sangue. Quem come o Meu Verbo como o Pão dos Céus e pela acção, quer dizer, pelas obras de amor verdadeiro e desinteressado a Deus e ao próximo, bebe o Vinho da Vida, come a Minha Carne e bebe o Meu Sangue. Assim como o pão natural se transforma em carne no corpo humano, e o vinho em sangue, o Meu Pão do Verbo se torna carne, e o vinho, pela acção amorosa, em sangue da alma. (…) Se afirmo: Quem comer a Minha Carne, quero dizer, que a Minha Palavra não só deve ser assimilada pela memória cerebral, mas igualmente pelo coração, o estômago da alma, sucedendo o mesmo com o vinho do amor que se transforma em sangue da Vida. Enquanto o pão se acha entre os dentes, ainda é pão e não carne, o mesmo se dá com o vinho ou a água que certamente contém a matéria do vinho, pois sem a água que o solo abriga para alimento de flora e fauna, a videira morreria. Enquanto conservares o vinho na boca, ele não passa para o sangue; uma vez dentro do estômago, não demora muito tempo para se transformar. (…) Quem, portanto, ouvir o Meu Verbo e conservá-lo na memória reterá o pão dentro da boca da alma, pois o intelecto é para a alma, o mesmo que os dentes para a boca. (…) No momento em que o Meu Pão, quer dizer, a Minha Doutrina, for mastigada ou aceite e compreendida como Verdade perfeita, terá que ser assimilada no coração pelo amor à Verdade, passando à acção pela vontade firme. (…) Não obstante os melhores e mais puros alimentos. A força digestiva do estômago sendo fraca, o físico todo se torna enfermo, fraco e definhado. (…) O mesmo acontece à alma cujo coração e vontade para acção segundo a Doutrina é fraca. (…) Digo Eu: Os alimentos mal digeridos são comparáveis às ponderações da alma, se deve crer nisto ou naquilo e agir em seguida. (…) Uma vez o estômago limpo, o que se deve fazer para ficar forte? Preciso é bastante exercício ao ar livre, medida primordial para ele readquirir a sua força plena e sadia. O mesmo deve fazer a alma, purificando o seu coração de doutrinas erróneas, concepções e ideias, aceitar a Verdade por Mim ensinada com amor e fé e em seguida pôr-se em acção, que em breve se fortificará para sempre. (…) Por isso, nenhum de vós seja simples ouvinte, senão praticante firme e activo, que todos os escrúpulos e dúvidas desaparecerão de sua alma. (…) Tão logo estiverdes de posse plena do Meu Reino, sereis capazes de caminhar sobre serpentes e escorpiões e tomar venenos infernais sem vos poderem causar dano.“ [9] Nesta reflexão, um pouco mais extensa que o habitual, deixamos aos leitores algumas dicas do Criador que também é o nosso Divino 7 Mestre e o nosso querido Pai, para que, conhecedores do Caminho por Ele aberto, possamos achegar-nos mais perto do Céu. Ouçamos aquilo que nos diz Jesus: “O Deus Verdadeiro não criou o homem a fim de que agisse apenas para a satisfação das suas necessidades, e sim, em virtude da evolução espiritual. Quem trabalhar espiritualmente, exercitando as forças do espírito através do conhecimento, da fé e da acção tornar-se-á forte e poderoso em espírito. Quem se dedicar unicamente ao desenvolvimento das forças do espírito construirá dentro de si o Reino de Deus, ou seja, a vida verdadeira e eterna, semelhante a Deus, o Criador, em todos os Seus atributos. Em tal estado de bem-aventurança, pela unificação do livre arbítrio à Vontade de Deus, a criatura tudo poderá realizar, tornando-se soberana da vida e de todas as forças da natureza. Vejo não vos ser possível assimilá-lo inteiramente; tal se dará quando doutrinados pelos Meus discípulos.” [10] Fraternalmente em Cristo Jesus, Pastor Egídio [1] I Tessalonicenses 5:18 [2] Colossenses 3:1 [3] O Grande Evangelho de João – VI – 131:12 [4] O Grande Evangelho de João – I – 206 [5] O Grande Evangelho de João – X – 210 [6] o Grande Evangelho de João – V – 196:5,7 [7] João 6:54-56 [8] Actos 17:28 [9] O Grande Evangelho de João – IX – a 73:1-7; 74:1-5 [10] O Grande Evangelho de João – VI – 95:4-5 [*] Citação de texto inserido nos “Excertos d’O Grande Evangelho de João” deste boletim. *** 8 RECADOS DO PAI “O brilho das estrelas chegará, para quem olhar no dia em que Eu transformar a Terra. Será vinda do interior da terra a força que limpará o planeta e pelo fogo e pela água tudo se purifica. Não haverá alma que me escape e nesse dia o Meu povo verá a Minha força e os que de Mim se desviaram irão clamar misericórdia; e ela virá com eternidades de purificação. Tudo se assemelha a um espelho, aquilo que Eu Sou está lá e as almas vão olhar e ver, tudo será reflectido no seu interior. O pensamento comanda, ele é dono da vontade, do comportamento, das emoções, ele é o sopro do Meu Espírito revelado em vós. É com ele que traçais o caminho, é nele que se tem de operar para chegardes a Mim. Em primeiro lugar, tendes de tomar consciência da sua existência e do poder da vossa vontade, porque é por aqui que tudo conseguis, este é o caminho. Depois, tendes de moldá-lo, de trabalhá-lo e para isso tendes a Minha Palavra, a Verdade. No Meu livro Eu vos ensino o que deve guiar o vosso comportamento, o que deveis sentir e isso só por acção do pensamento. A meditação, a contemplação, a oração são ferramentas de trabalho da alma para moldar o pensamento. Assim, começais a entrar em comunhão Comigo, percebeis o que é o Perdão, o que é o Amor, o que é a Humildade e vivereis o Amor em Sabedoria e Poder. Assim tendes de caminhar e assim tendes de ensinar a caminhar. Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida. O vosso barro é o pensamento, moldai-o e os vossos comportamentos, as vossas acções e as vossas emoções, o que sentis, será do Meu Reino. Esta é a primeira regra para vós e para quem a vós vem. Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida. Quando o Sol nasce, os espíritos acordam do seu sono. O sono é um descanso em Mim; é o recuperar das forças e do ânimo que vos reaviva. Em tudo Eu estou presente, e um corpo não teme a relação Comigo e adormece sem resistências e acorda sem cansaço. Um corpo doente tem insónias e dorme aos tropeços, porque a sua relação Comigo não está perfeita. Por isso, Meus filhos, uma segunda regra é a higiene do sono, a rotina do descanso, a entrega ao Meu conforto. Mantenham-se no Meu caminho e os Meus anjos vos embalarão. A noite foi feita para descansar, não para vaguear, passear ou trabalhar. Àqueles que têm de trabalhar de noite, Eu os compenso. O sono é a água da vida, é a comunhão Comigo. 9 Preparai-vos de dia para estardes em paz à noite. Eu gosto de disciplina no sono e no acordar. O Sol espanta os espíritos e dá luz às almas. Procurai-o. O Universo e toda a força cósmica dependem de Mim. Eu sou o Equilíbrio e a Força. Eu sou a Energia e a Massa. Eu sou a Aceleração e a Paragem. Tudo o que a sabedoria do homem criou é abençoado; o problema, o pecado, está no uso e nos desvios que ele faz às suas invenções, às suas descobertas. Elas acontecem porque Eu permito. Eu amo ver os Meus filhos envoltos no saber e na descoberta, mas fico triste quando deturpam todo o significado da existência. Sendo assim, vos digo: Tudo o que Eu vos ensino não tem segundas vias, nem segundos significados. Em Mim o que é, é. Não vos desvieis da Minha Palavra! Abri o vosso coração a Mim! Aos poucos vos darei Luz de forma a verdes o caminho. Será aos poucos, porque a Luz total vos cegaria os olhos e a mente. A simplicidade é grandiosa. O Amor, infinito. A Vida, eternidades. O núcleo da família foi por Mim criado, pois é nela e por ela que o Meu Amor resplandece. Pai e mãe, antes marido e mulher, deixam pai e mãe para assumirem a criação; e a criação é a forma mais pura de amor. Desta forma, os homens, sem grande esforço e pela bênção do Espírito dividem a sua alma e nascem filhos. Ao dividir a alma vai o amor agarrado, e este amor dá a cada homem a possibilidade de entender a grandeza deste sentir que vai alterar a sua existência. Cria-se dependência, criam-se amarras Minhas. Todos vós sois Meus filhos, todos sois pedaços Meus. Por isso vos amo tanto! Com os tempos, a família já não existe nesta pureza e casa-se sem saber porquê. Eu quero restituir ao mundo esta força, este núcleo sagrado, a fonte da criação. Primeiro existiu o homem, depois a mulher, depois o amor, depois a procriação e então o Meu Amor Divino sobre eles pousou: os filhos. Amai os vossos filhos, colocai-lhes correntes de amor e não os largueis sem lhes dares os Meus ensinamentos. Dai-lhes regras, disciplina, obediência, amor e meiguice. Dai-lhes o vosso tempo, o vosso trabalho, apascentai-os junto ao vosso ventre e sabei que neles está um pedaço de Mim. Amai assim e depois aprendei a olhar para os outros como vossos filhos, porque todos são Meus filhos. Amarrai os vossos casamentos com cordas de ouro e não separeis nenhum. Quem o fizer a Mim me dará contas. 10 Eu Sou os vossos filhos. Protegei-os do mundo; pois vós sois como searas que precisam ser preparadas para se poder semear. A disciplina do Meu querer não agrada aos homens, por isso eles não se entregam. O que se entrega é uma luz no Meu coração, é um filho querido no regresso a casa. O arado trabalha a terra, de sol a sol; as mãos endurecem e o espírito vagueia enquanto as pernas caminham. No fim a terra está revolta para ser adubada. Só depois se semeia e com o tempo a planta nasce. Eu faço o mesmo convosco. Revolvo todo o vosso ser com provação, enfermidade ou um simples chamamento, só depois semeio; o Meu adubo, o que vos enriquece e fortalece, é a Palavra. Deixai a planta nascer. Esta Minha igreja conseguiu chegar aqui, mas agora não cuida da semente. É preciso regá-la, é preciso tirar-lhe as ervas e as pragas, é preciso tratar da semente e do terreno à volta. Fazei isso, pois estais no caminho do Poder, o Meu Espírito quer vaguear em vós. Ele quer morada aí, na vossa casa. Preparai-a. Como uma pedra que cai nas águas serenas de um lago, assim é a Minha intervenção em tudo. As ondas suavemente se propagam e do coração se dirigem para as margens. Propagam-se de forma concêntrica e harmoniosa. Não são rudes nem rápidas. São harmoniosas e transmitem paz no seu percurso. A Minha acção em vós começa de repente como uma pedra que cai e às vezes magoa. Depois sentis a primeira onda e assim sucessivamente. Se as ondas ou a Minha presença em vós têm frutos, então as águas ficam límpidas; se não, o lago fica cada vez mais turvo. Eu disse apacientai-vos e é isso que Eu quero, perseverança, fé inabalável e contínua procura. Tereis de falar Comigo sempre, todos os dias. Por isso, habituai-vos, porque irei estar em comunhão convosco em todas as decisões.” *** 11 EXCERTOS D’O GRANDE EVANGELHO DE JOÃO MOLÉSTIAS E MORTES PREMATURAS «Diz um greco-judeu: Senhor e Mestre, tudo isto é claro para nós; existe apenas um ponto que não consigo explicar. Por que é preciso morrerem tantas crianças na idade mais tenra, e qual o motivo de preceder à morte quase sempre uma moléstia grave que enfraquece e extermina o corpo? Uma vez a criatura alcançando a maturidade, a sua alma poderia deixar o físico sem sofrimento, e as crianças jamais deveriam morrer antes de um certo discernimento. Entretanto, elas morrem em todas as idades, e as moléstias graves continuam sendo uma constante praga para o homem. Porquê isto? Respondo: Não seria preciso e também não o foi na antiguidade; acaso encontraste na Crónica menção de enfermidades perniciosas entre as criaturas devotas a Deus e cumpridoras das Suas leis? Alcançavam idade avançada e a sua morte era apenas um adormecer suave e sem dor. Não havia criança que morresse; pois era gerada por pais sadios, alimentada e criada de acordo com a Natureza simples. Quando mais tarde se manifestou toda a sorte de orgulho, e com ele um exército dos piores pecados contra os Mandamentos de Deus e as Leis da Natureza, surgiram por culpa própria moléstias variadas entre os homens. Deste modo enfraquecidos, não podiam gerar filhos sadios; pois tais rebentos, já atrofiados no ventre materno, forçosamente tinham que passar por várias enfermidades, morrendo em todas as épocas. Não deveis pensar ser isso determinado por Deus, em virtude do Seu desígnio impenetrável. Ele o permitiu, a fim de que as criaturas fossem impedidas de pecar através das moléstias, afastando-se do mundo pelo sofrimento e reflectindo até reconhecerem os seus pecados e desprezá-los; pela paciência e conformação à Vontade Divina alcançariam a sua felicidade. O mesmo acontece às crianças. Que esperar de uma criança completamente atrofiada, mormente os pais, tendo sido gerados dentro do pecado? Quem as educaria e curaria dos seus males? Não seria melhor afastar estas crianças deste mundo, a fim de que fossem criadas pelos anjos, num reino expressamente instituído para elas? Afirmo-vos: Deus sabe de tudo e cuida de todos. Como nesta época, porém, a maioria desconhece a Deus e nada quer saber do Pai, como poderá estar orientada daquilo que Ele faz e determina, para a sua possível salvação? Caso Ele não tivesse permitido as moléstias correspondentes aos pecados, mais de metade do género humano sucumbiria e a Terra se transformaria em inferno; seria preciso destruí-la e os seus destroços, sem vida, vagueariam pelo espaço infinito, onde já se acham exemplos semelhantes, dos quais os Meus discípulos vos poderão informar. Compreendestes isto? Respondem os greco-judeus: Sim, Senhor e Mestre, não nos lastimaremos mais das enfermidades havidas, e talvez sejamos transportados ao Além em 12 consequência de moléstia grave, pois muito pecamos em vida. Desejava apenas ouvir de Ti quais os pecados que levam o homem às piores enfermidades, porquanto deve haver diferenciações. PRINCIPAIS CAUSAS DAS MOLÉSTIAS Digo Eu: Entre todos os vícios, os piores são: a prostituição, impudicícia e a lascividade de todos os matizes. As criaturas são tentadas para tanto através do ócio, orgulho e altivez; pois ao orgulhoso nada é santificado, procurando satisfazer as suas tendências sensuais com todos os meios disponíveis. Se tais pessoas geram filhos, só podem vir ao mundo crianças miseráveis, assoladas por várias moléstias; portanto é este pecado uma fonte principal das piores enfermidades. Além deste, existem a intemperança, a raiva e a irascibilidade como provocadores de vários males que muito martirizam as criaturas. Não disse Eu ao enfermo em Jerusalém que durante trinta e oito anos esperava curar-se no Lago Betesda: Vai e não peques mais, a fim de que não te suceda coisa pior? O seu reumatismo infeccioso era apenas consequência dos seus pecados. Facto idêntico sucedeu com quase todos os curados por Mim, e caso não tivessem adoecido em virtude dos múltiplos pecados, as suas almas estariam perdidas, pois somente uma enfermidade grave conseguiu que ficassem mais sóbrios, demonstrando-lhes a maneira pela qual o mundo recompensa os seus aduladores. Perderam através das moléstias o seu amor à matéria e almejavam a sua breve libertação; isto fez com que a sua alma se tornasse mais liberta e em tempo oportuno o seu corpo se curou. Ao lado destas causas principais que provocam a maioria das enfermidades em pessoas fracas de nascença, existem outras pelas quais os fracos podem adoecer gravemente, mas repito: isto só sucede aos debilitados desde o nascimento. Em resumo, os motivos são em primeira linha: alimentos nocivos, impuros, mal preparados e estragados e bebidas prejudiciais; além disso, o hábito de comer frutas verdes e o péssimo costume de refrescar-se com bebidas frias. Há os que desconhecem a sua fraqueza inata, expondo-se a muitos perigos onde perecem ou se prejudicam para o resto da vida. Nisto não cabe culpa a Deus, porquanto deu ao homem o raciocínio, o livre arbítrio e as melhores Leis para a vida. Contra a preguiça não existe recurso mais eficiente do que males variados que imprescindivelmente seguem ao não-cumprimento da Vontade Divina; eles despertam a alma profundamente adormecida na sua carne, e lhe demonstram as consequências incómodas do ócio. Assim ela torna-se mais prudente, alerta, activa e submissa à vontade de Deus, tornando-se as moléstias um benefício real. De modo idêntico, não deixam de ser uma espécie de julgamento que obriga a alma ao bem; ainda assim, a livre vontade não é inteiramente tolhida, podendo ela purificar-se durante e após a enfermidade, muito embora só consiga o seu aperfeiçoamento no Além. 13 Existem pessoas que nascem enfermas em virtude das moléstias de pais e avós; as suas almas são geralmente do Alto e só passam por uma encarnação temporária. Além disso, têm elas o seu cuidado garantido no Além e todos os que lhes dedicam amor e paciência serão por elas recebidas com a mesma dedicação em sua morada celeste. Deste modo deivos um esclarecimento total neste assunto; quando o vosso espírito despertar inteiramente, ele vos conduzirá à plena sabedoria. Tereis compreendido também isto? Respondem todos: Senhor e Mestre, compreendemo-lo inteiramente e agradecemos-Te por tudo. Pois como futuros doutrinadores por certo teremos que lidar com muitos enfermos, portanto é necessário inspirarmos fé, coragem e paciência totais para produzirmos, se necessário, alívio dos seus sofrimentos, porquanto sofrerá menos quem tiver paciência. Por isso achamos esta Tua orientação formidável, pois ninguém merece maior consolo que um enfermo e consideramos obra realmente caridosa quem o socorra física e espiritualmente. Não é isto, Senhor? Aduzo: Sem dúvida; pois o amor ao próximo só deve ser aplicado a quem necessita, para ter valor diante de Deus. Por isso acrescento: Caso algum dê um jantar convidando vizinhos e amigos ricos, não terá pecado; todavia não deve esperar paga no Céu, porquanto aquelas pessoas poderão retribuí-lo. Razão por que deveis convidar os pobres, garantindo-vos pagamento no Céu, pois eles não vos podem retribuir. O mesmo acontece com aqueles que emprestam dinheiro a juros, recebendo-o de volta após certo tempo. Não pecaram, caso não tenham praticado usura; no Céu não poderão aguardar juros, a não ser que o tenham feito aos pobres sem considerar juros e a própria devolução do capital. A verdadeira obra de caridade se faz aos pobres, de qualquer forma. Para hoje fizemos o bastante, podendo recolher-nos; o dia de amanhã trará os seus problemas. A estas Minhas Palavras todos agradecem e se retiram.» (O Grande Evangelho de João – Vol. I – 55,56) *** 14 EXPLICANDO TEXTOS DA ESCRITURA (Revelação dada pelo Senhor ao profeta Jakob Lorber) Orientação do Senhor para a leitura do Velho e do Novo Testamento «Meus queridos filhos! Com as seguintes recordações quero dar-vos uma regra importante e útil, sem a qual não conseguireis proveito com a leitura de obras espirituais; podereis repetir tais leituras por mil vezes, sem verdadeiro proveito em vossa vida. Conseguistes saturar a memória pela repetida leitura, mas se perguntardes ao vosso espírito qual o seu lucro, a resposta será a seguinte: Estou rodeado caoticamente por diversos materiais de construção e vejo um amontoado de vigas e pedras; mas com isto não se constrói uma simples cabana onde se poderia morar livremente. Acumulais constantemente o material de construção – pedras preciosas e a mais bela madeira de cedro se encontram na minha frente – no entanto não consigo organizá-lo. E quando tento vez por outra estabelecer uma pequena ordem, conduzis uma quantidade colossal de material novo, o que me cansa, me apavora e penso com melancolia quando todo esse material poderá ser organizado para uma habitação. Eis a resposta concisa do espírito que cada criatura há-de encontrar dentro de si, após vastas leituras. Se alguém durante a vida tiver lido milhares de livros, que confusão tremenda não existirá em sua memória! Quando muito, poderá afirmar que só agora compreende que nada sabe. Tal confissão nada mais é que a melancólica constatação do espírito de que, não obstante todo o material de construção, não conseguiu fazer a pior cabana. Existem pessoas que sabem de cor o Antigo e o Novo Testamento. Basta perguntares pelo sentido intrínseco de apenas um versículo e vereis que o seu conhecimento é o mesmo daqueles que os desconhecem totalmente. Para que serve então esse maravilhoso material? O espírito só se encontra no que pertence ao plano espiritual; mas não sendo possível levantar uma simples cabana com esse material no espírito da Verdade, onde irá morar, organizar seus cálculos, e onde começará a arrumá-lo? Não é preferível possuir menos material e construir com este, sem demora, uma morada pequena, mas boa, proporcionando ao espírito um pouso certo e livre, de onde será possível elaborar seus planos e aproveitar outro material? Qual será o aspecto de um campo do melhor solo, se lançais milhares de sementes misturadas? Elas certamente germinarão, mas qual a finalidade para o semeador? O produto não prestará nem para péssima forragem dos animais. As plantas mais viçosas vão abafar as fracas, o mato vicejará e o trigo germinará cá e acolá, completamente atrofiado e ferruginoso. Daí se conclui que em toda a parte em que almejas um lucro deve haver uma ordem, sem a qual produzirás espinhos, abrolhos, ervas e raízes sem proveito algum. 15 Em que consiste tal ordem? Se tiverdes um trigo seleccionado, deveis semeá-lo num campo bom e limpo, e obtereis óptima colheita. Se tens um bom terreno e o necessário material, não deves esperar para obter um material supérfluo para começar a construção, de contrário encherás todo o terreno. Se vier o construtor e perguntar onde deves levantar a construção, o que responderás? Certamente apontarás como local o montão de material. Ele perguntará: Porque amontoaste tudo antes de fazermos o plano e o fundamento? Se quiseres a casa neste local, tens que libertá-lo totalmente. Só então virei para medir o terreno, farei a planta e o fundamento, e no final examinarei o material para verificar a sua qualidade. Com esta comparação, concluireis quão inútil é a erudição se a pessoa não respeita a verdadeira ordem. Em que consiste? Simplesmente na organização imediata de cada transporte do material, sem cogitar de um segundo antes de ter aproveitado o primeiro. Deste modo a construção se fará rapidamente, havendo sempre lugar para depositar material novo. Igualmente, a ordem requer que cada um passe logo da leitura para a acção e organize a sua vida de acordo, obtendo assim grande benefício, mas em caso contrário, apenas prejuízo. Que cada um seja não somente leitor do Verbo, mas praticante do mesmo.» (Explicações de Textos da Escritura Sagrada – cap. 1) *** 16 A ROCHA Estava um dia lindo de Verão, e a praia tão perto convidava a abeirarmo-nos do mar em maré baixa. O sol brilhava no zénite quando alguém teve o desejo de sentir o suave massajar da areia macia nos pés descalços e a frescura da brisa marítima no rosto. Olhando as ondas que se espraiavam suavemente, pensou como a nossa vida se lhes assemelhava - vivemos por um tempo no areal da vida, para logo regressarmos à Fonte… Na extremidade do porão, deserto àquela hora do dia, um determinado rochedo captou a sua atenção. De formato irregular, contudo, formava uma ligeira concavidade no topo, como o assento de um banco que convidava a sentar e apreciar a imensidão do mar e a deixarmo-nos envolver pela magia da natureza que falava mais alto. Os raios solares haviam-na aquecido, pelo que estava morna e aprazível. Ao afagar a beleza agreste e ao mesmo tempo suave daquele rochedo, questionou-se há quantos séculos existiria e qual o caminho que havia percorrido até chegar ao local onde se encontrava. Por quantas vezes tinha sido batido pelas ondas; e quantas pessoas nele descansaram, buscando um momento de solitária quietude necessária para uma introspecção mais profunda, para orar, meditar, ou até mesmo para pensar na vida. E então, olhando para o lado, deu-se conta de que aquela rocha não estava só; nela havia-se formado uma colónia imensa de núcleos de moluscos - alguns muito pequeninos e a despontar; outros de maior tamanho, mas tão unidos, que os maiores protegiam os acabados de surgir. E dando asas ao pensamento, olhando para tudo o que a rodeava, surge a mensagem espiritual que inspira e mostra a realidade de forma mais explícita, numa visão mais ampla… - A Rocha perene e firme é Jesus. Alimentada por ela, surgem incontáveis núcleos de filhos pequeninos que sobrevivem porque se mantêm de tal forma sustidos por essa Rocha que nem os maiores temporais, nem os golpes das ondas enfurecidas conseguem arrancá-los do seu lar – da casa do Pai que a todos acolhe com infinito amor e dá guarida em qualquer circunstância. Porque Ele é real, sólido e confiável. Porque é Deus forte, Pai eterno, Príncipe da paz. E ao analisarmos esses núcleos de molúsculos, verificamos que estão tão colados uns aos outros que parecem sobrepostos. Isolados, ficariam mais expostos e fragilizados; quando agredidos pelas intempéries não subsistiriam. Mas agindo como um só grupo coeso, a sua 17 resistência aumenta e a capacidade para sobreviver aos ataques exteriores é igualmente reforçada, tornando-os invencíveis. Mantêm-se presos à Rocha por uma rede entretecida na fé de elos tão densos quais raízes profundamente agarradas que os sustenta – Emanuel, o Príncipe dos Céus, o Senhor Jesus. Assim somos nós. Seres diminutos e insignificantes no cômputo geral do orbe, mas unidos pela fé e no amor de Cristo, ganhamos uma força inabalável, tornando-nos mais aptos para ajudar os mais fragilizados, de acordo com a ordem divina e o agrado do Pai, que nos quer ver irmanados do mesmo modo. Sozinhos, não possuímos a mesma resistência. Somos mais débeis quando expostos às intempéries e tempestades da vida, não temos ninguém que nos mantenha firmes para que não vagueemos à deriva. Sendo certo que a união faz a força, todavia, muitos persistem em divagar a seu modo pelas correntes do mundo e perdem-se inevitavelmente. Porque lhes falta o sustentáculo da fé, a união do amor em Jesus, do apoio fraternal dos irmãos que estarão connosco para além da morte física. Vemos como os mais fortalecidos de certa forma amparam os mais pequeninos para que cresçam e se mantenham orientados para o Alto, já que se tomarem outra posição, haveria um desequilíbrio provocado pelo desvio do seu ângulo de crescimento, e o corpo assim formado, tornar-seia periclitante. É grande a força de um grupo unido espiritualmente; enfrenta todas as batalhas e vê os milagres acontecerem. Para alguns dos menos crentes ou mais cépticos que porventura possam vir a ler este artigo, poderá porventura parecer-lhes delirante ou ditado pelo fanatismo religioso. Mas estão enganados – não se trata de uma coisa, nem de outra. É a lucidez de alguém que foi testemunha ocular de muitos milagres reais e não forjados, para atrair os incautos ou confundidos. Nada acontece por acaso. As sincronicidades do Universo podem ser comparadas às peças de um lego. Soltas não fazem sentido, mas uma vez encaixadas umas nas outras, juntando peça a peça, seguindo um determinado padrão, no final verão surgir uma construção com um formato que se torna reconhecível e coerente. Muitas são verdadeiras obras de arte. Nós não temos apenas um artista mais ou menos famoso – temos o Mestre dos Mestres como nosso guia, Jesus. Ele guia-nos e orienta-nos para que, seguindo o padrão correcto, consigamos edificar um forte sólido, capaz de suster os embates do inimigo que pretenda destruir as nossas vidas e roubar-nos a paz. 18 Que essa certeza nos mantenha firmes na nossa Rocha forte e possamos viver como um só corpo, integrados no nosso pequenino núcleo ao qual o Senhor nos guiou com todo o amor. Devemos prestar atenção às sincronicidades do Universo e àqueles que Deus coloca no nosso caminho. Muitas vezes cruzamo-nos, ou até mesmo através da internet conhecemos pessoas em situações e circunstâncias inéditas, das formas mais extraordinárias que vão muito além do nosso entendimento. Que o Senhor nos dê o discernimento necessário para as identificarmos quando surgem nas nossas vidas. Remexendo nuns papéis soltos, encontrei um pensamento de alguém anónimo que escreveu: “Um homem só tem a sua alma para ser ganha ou perdida; para além da vida não possui mais nada.” Na verdade, assim é. De real só temos a nossa alma e o espírito de Deus que habita em nós e é eterno. Nada mais. Irmã Manuela *** 19 O TESTEMUNHO ACTUAL “Pede-me e eu te darei …” Deus quer que eu peça, que ore muito, pois todo o meu sucesso no trabalho espiritual depende da oração. Um pregador, obreiro, que ora pouco, poderá obter alguns resultados do seu trabalho, mas, se eventualmente os obtém, é porque alguém, em qualquer outro lugar está orando por ele. O fruto do trabalho será de quem orar e não de quem pregar. Iremos ter surpresas, alguns de nós obreiros responsáveis, no dia em que o Senhor “recompensar a cada um segundo a sua obra”. Ficaremos surpreendidos pois o mérito será de quem orou e não de quem pregou. Cada conversão é o resultado da operação do Espírito Santo em determinada pessoa, em resposta às orações de algum crente. Podemos pensar o seguinte: se houver algum arrependimento no céu, possivelmente o maior deles será o de havermos dedicado tão pouco tempo à oração, enquanto estivemos na Terra. Vamos pensar na imensa extensão da oração. Até onde pode ela chegar. Basta ler o Salmo 2:8 “ Pede-me e eu te darei as nações por herança e as extremidades da terra por tua possessão”. É espantoso, infelizmente, o desinteresse dos cristãos pela oração. Possivelmente dever-se-á ao facto de muitos não terem experimentado verdadeiras respostas à oração. Em certa altura, Jesus dirigindo-se aos seus discípulos, pediu-lhes que cressem que Ele estava no Pai e o Pai Nele. Como deve ter observado alguma dúvida, acrescentou que cressem ao menos por causa das mesmas obras (João 14:11). O que Jesus quis dizer-lhes com isto? Creio que estava a tentar dizer-lhes: “Se a Minha pessoa, a minha vida santificada e as Minhas maravilhosas palavras não vos levam a crer em Mim, então vejam as Minhas obras. Os milagres falam por Mim. Certamente serão eles suficientes para vos compelir à fé. Creiam em Mim, em razão do que realizo.“ Ora isto significa que eu posso fazer muito mais se orar mais. Era o que Jesus fazia. Por isso Ele acrescentou, prometendo, que podíamos fazer as mesmas obras que Ele e até maiores (João 14:12). Só obteremos esse resultado se orarmos. Confiemos nas suas promessas, mas oremos também. Não devemos buscar posição, proeminência ou poder. Devemos ser servos produtivos (como em tudo). Deus pode operar maiores obras por meio das nossas orações do que através das nossas pregações. A. J. Gordon disse: “Depois que oramos, podemos fazer mais que orar; mas enquanto não orarmos não podemos fazer nada.” Era bom que acreditássemos nisto. Só com oração podemos fazer algo para o Senhor. Há um ditado popular que diz: “água mole em pedra dura, tanto dá até que fura.” A nossa oração é semelhante. Funciona como uma picareta. Vai batendo, batendo lentamente na indiferença, no gelo da nossa mente, na couraça humana, na frieza do nosso coração, até que num determinado momento tudo se parte e a presença do Senhor penetra no ser humano, no seu coração, na sua vida e tudo muda. O 20 mesmo acontece com as circunstâncias. Quando tudo parece intransponível à nossa volta, eis que começamos a ver resultados do nosso esforço espiritual. A oração funciona mesmo até nas mais difíceis situações e nos lugares mais inóspitos. Deus não faz acepção de pessoas. Se alguém estiver disposto a submeter-se às suas condições, Ele da sua parte cumprirá as Suas promessas. Deus não falha e não mente. Mas para isso é preciso que o nosso coração arda quando ouvimos e queremos experimentar o poder de Deus. E este poder é nosso. Basta pedir a Deus. Como? Pela oração. Os avivamentos vêm quando existem joelhos que se dobram para orar ao Senhor para que os mesmos aconteçam. Sem oração não há resultados. Não vale a pena olhar para o passado nem para os nossos resultados. Se quer ver resultados, ore hoje. Não espere pelo dia de amanhã. A oração confiante de um coração inteiramente quebrantado e contrito nunca falha. Deus nos deu a sua palavra a esse respeito. Todavia, é um facto surpreendente que muitos crentes não crêem na Palavra de Deus ou não a põem à prova. Muitos ainda acham que a Palavra de Deus é algo metafísico ou que não se aplica a este mundo. Ora a Palavra é para nós hoje e é para ser vivida neste mundo. É um crente comum. Não seja. Somos servos de Jesus. Quer ver o poder de Deus manifestar-se na sua vida e à sua volta? Ore. Busque a Deus. Quer ser um servo como George Muller ou John Hyde? Ore a Deus para que o encha do Espírito Santo. Para que isso aconteça, ore. Possivelmente não tem muito tempo para o fazer. Mas pode ter espírito de oração, consagração ao Senhor. O fracasso na oração é devido às falhas do coração. Somente os puros de coração podem ver a Deus. Somente aqueles que “de coração puro, invocam o Senhor“ podem pedir respostas para as suas orações com toda a confiança. Tudo depende da oração. Se há algo que pedimos a Deus e Ele não nos concede, o erro está em nós. Toda a oração tem resposta. A oração não respondida é uma chamada clara a um exame do coração para examinar e ver o que há de errado nele. Se assim não fosse, como poderíamos aplicar João 14.14: “Se pedirdes alguma coisa em meu nome, eu o farei.” Verdadeiramente, todo aquele que ora põe à prova, não Deus, mas a sua própria vida espiritual. Pastor Tomaz (Continua) *** 21 Leia a Bíblia e O Grande Evangelho de João “A Luz Completa” “Mas, quando vier aquele Espírito de verdade, ele vos guiará em toda a verdade; porque não falará de si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido, e vos anunciará o que há-de vir.” (Evangelho de João 16:13) “Eis a razão, porque agora transmito a Luz Completa, para que ninguém venha a desculpar-se numa argumentação errónea de que Eu, desde a minha presença física nesta terra, não Me tivesse preocupado com a pureza integral de Minha doutrina e de seus aceitadores. Quando voltar novamente, farei uma grande selecção e não aceitarei quem vier escusar-se. Pois todos os que procurarem com seriedade acharão a verdade.” (O Grande Evangelho de João – volume I – 91:19-20) Rua do Padre Alexandre, 6 4100-036 PORTO – PORTUGAL www.refugiobetania.org refugiobetania@gmail.com NIF: 510 601 960 IBAN: PT50 0036 0188 9910 0037 251 13 SWIFT: MPIOPTPL (Distribuição gratuita) 

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